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NO DIA 2 DE SETEMBRO COMEMORAMOS O DIA NACIONAL DA KOMBI.
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Se a alguns dias eu tivesse dinheiro o bastante em minha conta bancária, teria comprado uma Kombi. Pode parecer uma bela loucura, e não vou tirar a sua razão em pensar dessa forma, mas vou tentar explicar a vocês o fato. Assistindo a alguns canais no Youtube, simplesmente fiquei fascinado com alguns aventureiros que simplesmente atravessam o mundo a bordo de uma Kombi. Eu pessoalmente acho que pessoas que se aventuram assim tem muita coragem. E isso me fez lembrar como a Kombi é simples e tão especial ao mesmo tempo. Muitos diriam que se trata apenas de mais um carro velho, carro de feira ou qualquer coisa. Muitas pessoas trabalharam e trabalham a bordo desses carros, construíram suas empresas, criaram seus filhos e história únicas a bordo de uma Kombi. Esse carrinho simpático faz parte da paisagem brasileira, afinal foram fabricadas aqui por 56 anos.
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A Kombi durante anos foi o principal meio de trasporte e trabalho de muitas pessoas, principalmente aqui no Brasil. Era um veículo barato, confiável, com manutenção barata e robusta e que possuía uma ótima capacidade de carga. Ainda hoje vemos uma grande quantidade desses veículos rodando por aí e trabalhando diariamente.
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Mas vocês sabem como a Kombi surgiu? Hoje vou contar a vocês a história essa história. A história da Kombi de certa forma se mistura com a do Fusca, por mais que não tenham surgido ao mesmo tempo.
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Kombi vem do alemão Kombinationsfahrzeug que significa "veículo combinado" ou "veículo multi-uso", em uma tradução mais simples. O modelo foi idealizado por um holandês chamado Ben Pon, que era um revendedor de veículos Volkswagen por volta de 1947. Nessa época a Alemanha ainda era administrada por oficiais aliados, em sua grande maioria ingleses e americanos. Ben Pon esboçou em um caderno o desenho de um furgão baseado na plataforma do Fusca, inspirado em um pequeno utilitário que era utilizado internamente na fábrica da VW e com o desenho que lembrava um "pão de forma". O modelo definitivo ganhava as ruas em março de 1950, após receber melhorias e aperfeiçoamentos.
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A perua como era chamada por muitos, começou sua vida em terras brasileiras em 1953 quando começou a ser montada em regime CKD (Completely Knock-Down ou Complete Knock-Down, uma espécie de kit de montagem) pelo grupo Brasmotor, na época dono da Brastemp e representante da Chysler no Brasil, a Brasmotor também foi a responsável por trazer o Fusca ao Brasil, quando ele ainda nem se chama Fusca (VW Sedan). A Kombi começou a ser produzida nacionalmente a partir de 1957, quando a Volkswagen assumiu de fato a produção de seus veículos no país. Ela foi o primeiro Volkswagen a ser fabricado no Brasil, em junho de 1957, sendo que o Fusca só seria nacional dois anos depois, em 1959.
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Inicialmente o modelo era igual ao alemão, tanto no visual como na mecânica. Utilizava o pequeno motor 1200 assim com os primeiros Fuscas e sistema elétrico de ¨6v. Tinha capacidade de carga de 840 kg e podia carregar até 9 pessoas. Em pouco tempo começou a ganhar o mercado, pois tinha pontos positivos em relação aos concorrentes, era apenas 21 cm maior que o Fusca, tinha um bom vão livre do solo, era econômica e até que tinha um bom desempenho em terrenos digamos que não urbanos.
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Naquela época o país estava em expansão, a realidade dos anos 50 era bem diferente hoje. Grande parte de nossa indústria automobilística ainda começa a engatinhar. A grande maioria das estradas ainda não eram pavimentadas e os veículos de maneira geral não eram as coisas mais acessíveis e baratas, e a Kombi era relativamente simples, com mecânica descomplicada e sem pontos cronicamente problemáticos a longo prazo Atendia perfeitamente as necessidades de quem procurava um veículo familiar ou de carga.. Era robusta, versátil e disposta a qualquer serviço que a fosse submetido.
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Durante as décadas de 60 e 70 serviu a diversas aplicações, como veículos de entregas, ambulância, viatura policial e bombeiros. Em 1967, ganhou o motor 1500 de 44cv e sistema elétrico de 12v, o que ajudaram o modelo a ter um desempenho melhor. A Kombi ficou sem muitas alterações significativas até 1976. O Brasil foi um dos locais do mundo em que a Kombi "original" ficou pelo maior período em produção, até meados de 1975. Em 1976 surgiu a segunda geração da Kombi nacional, que era um misto da primeira geração com a segunda geração que já era produzida na Alemanha desde 1967, conhecida como Kombi Clipper.
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Basicamente a nossa nova Kombi para 1976, tinha a frente com a cara da segunda geração alemã, conhecida como Clipper, mas que mantinha as laterais e a traseira da geração anterior conhecida como corujinha, o que infelizmente adiou a adoção da porta lateral corrediça no lugar das duas antigas. Ela ganhava também o mesmo motor 1600 da Brasília, o que trouxa mais vitalidade ao modelo.
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Kombi alemã, janelas grandes, entradas de ar na coluna traseira e a porta corrediça, só veríamos isso a partir de 1997.
Mas de forma ainda genial, o modelo continuava simples, robusto e confiável a ponto de simplesmente ser produzida nessa carroceria até 1997. A Kombi durante muitos anos, e posso dizer até décadas reinou sozinha no mercado de utilitários no país.
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No meio do caminho, em 1982 recebeu uma inédita e controvérsia versão a diesel com motor de 4 cilindros em linha e 8v, que utilizava um característico radiador na dianteira do modelo. Essa versão foi produzida até 1986 e não foi a um sucesso de vendas, já que mecanicamente não era, por incrível que pareça não era tão robusta quanto se tem a imagem de veículos com motorização diesel.
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Em 1997, era lançada a nova Kombi, com tudo aquilo que deveria ter nascido em 1976, ainda era líder no seu segmento e enfrentou uma série de concorrente importados com a abertura das importações no início da década de 1990, mas mesmo assim não perdeu o fôlego
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Em 1997 chegava a grande mudança na Kombi, ela finalmente ganhava as alterações que 30 anos antes foram aplicadas aos modelos alemães e americanos. Finalmente tínhamos uma Kombi com novidades. O modelo ganhava o teto mais alto, entradas de ar na coluna traseira e a prática porta corrediça. O modelo continuava a ser equipado com o motor boxer 1600, agora chamado de 1.6 e que em 1998 ganhou injeção eletrônica, com a finalidade de enquadrar a Kombi nas novas normas de emissão de poluentes que entravam em vigor ainda do fim de 1997.
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Em 2006 mais uma evolução era aplicada a Kombi. Por força de novas normas de ruídos o modelo abandonava o antigo motor boxer 1.6 refrigerado a ar e adotava um novo motor 1.4 4 cilindros 8v que derivava da mesma família dos 1.0 e 1.6 EA111 de Polo e Fox na época e refrigerado a água. Com isso a Kombi curiosamente adotou um radiador dianteiro muito semelhante ao adota na antiga versão diesel dos anos 80.
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O novo motor possibilitou que além de mais silenciosa, a Kombi também ficou mais potente, agora era Flex e tinha um consumo bem melhor. A potência agora era de 78 cv com gasolina e 80 cv com álcool, o torque aumentava com gasolina 12,5 m.kgf, e se mantinha em 12,7 m.kgf com álcool.
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Motor Boxer 4 cilindros refrigerado a ar, ainda com sistema de alimentação por carburador.
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Motor 4 cilindros 1.4 8v EA111 mais modernos e com sistema de alimentação por injeção eletrônica.
Para marcar o fim da era a ar na Volkswagen, a marca lançou uma edição especial da Kombi, a série prata, limitada a 200 unidades.
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Em 2007 o modelo comemorava 50 anos de produção no mercado nacional. Era o veículo a mais tempo e em produção no Brasil e que incrivelmente ainda tinha uma gigantesca demanda de mercado. E para comemorar esse fato, incomum na indústria brasileira a marca lançou uma edição especial com apenas 50 unidades, com pintura “saia e blusa”, branca em cima e vermelha embaixo, recebia bancos de tecido em dois tons, plaqueta no painel e adesivos nas portas e na tampa traseira.
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Até 2013 não tivemos grandes mudanças ou alterações na Kombi e o modelo continuava a vender muito bem, até que o fim da Kombi chegou. Em 2014 entraria em vigor a nova legislação de segurança em automóveis, que tornava obrigatório a adoção de airbags dianteiros e freios ABS, o que era impossível para o modelo, já que o condutor e passageiros da frente ficam praticamente sentados atrás do para choques. Ainda naquele ano de 2013 a Volkswagen anunciava o fim da Kombi. Era o fim de uma era, o encerramento de um ciclo de 56 anos de produção.
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A Volkswagen lançou toda uma campanha de despedida da Kombi e junto com ela a última edição especial, batizada de Last Edition ( Ultima edição) que inicialmente seriam produzidas 600 unidades, que foram aumentadas para 1200 unidades. A Kombi Last Edition que tinha clara inspiração no passado, com pintura “saia e blusa” em branco e azul claro, pneus com faixa branca, cortinas nas janelas com o nome bordado, bancos de vinil em dois tons. No painel vinha uma plaqueta numerada e o comprador ganhava um certificado de autenticidade. Apesar do preço bem salgado na época ( cerca de R$ 85 mil), a procura foi grande, até mesmo porque colecionadores do exterior queriam ter a útima Kombi.
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Toda essa história me faz pensar o quanto um produto pode mudar um mercado, até hoje não há um modelo utilitário com a mesma representatividade da Kombi no mercado nacional. Fez parte do nosso mercado por mais de 50 anos, sendo um dos primeiros produtos da indústria automobilística nacional.
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Termino aqui mais uma história, que eu não poderia deixar de compartilhar com vocês. Em breve devo trazer aqui novas histórias do mundo automotivo.