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FORD ENCERRÁ OPERAÇÕES EM SBC, O FIM DO FORD FIESTA E SUA HISTÓRIA.

Foto do escritor: Yan Bernardo de SouzaYan Bernardo de Souza


FÁBRICA NO ABC PAULISTA TERÁ SUAS OPERAÇÕES ENCERRADAS DURANTE O DECORRER DE 2019, FIESTA E CAMINHÕES DA MARCA SERÃO DESCONTINUADOS.


Já era especulado que o fim do Ford Fiesta pudesse ocorrer em 2019, mas a marca pegou todos de surpresa ao anunciar o fechamento da unidade de São Bernardo do Campo e o encerramento da operação de caminhões também. Segundo a montadora os modelos continuarão a serem oferecidos enquanto houverem unidades em estoque e o encerramento da fabricação dos veículos deve ocorrer durante o ano.


Como parte da ampla reestruturação de seu negócio global, a Ford Motor Company anuncia que deixará de atuar no segmento de caminhões na América do Sul. Como consequência, a empresa encerrará as operações de manufatura na fábrica de São Bernardo do Campo (SP) ao longo de 2019 e deixará de comercializar as linhas Cargo, F-4000, F-350 e Fiesta assim que terminarem os estoques.


“A Ford está comprometida com a América do Sul por meio da construção de um negócio rentável e sustentável, fortalecendo a oferta de produtos, criando experiências positivas para nossos consumidores e atuando com um modelo de negócios mais ágil, compacto e eficiente”, disse Lyle Watters, presidente da Ford América do Sul.


A decisão de deixar o mercado de caminhões foi tomada após vários meses de busca por alternativas, que incluíram a possibilidade de parcerias e venda da operação. A manutenção do negócio teria exigido um volume expressivo de investimentos para atender às necessidades do mercado e aos crescentes custos com itens regulatórios sem, no entanto, apresentar um caminho viável para um negócio lucrativo e sustentável.


“Sabemos que essa decisão terá um impacto significativo sobre os nossos funcionários de São Bernardo do Campo e, por isso, trabalharemos com todos os nossos parceiros nos próximos passos”, disse Watters. “Atuando em conjunto com concessionários e fornecedores, a Ford manterá o apoio integral aos consumidores no que se refere a garantias, peças e assistência técnica”.


O Fiesta como tínhamos noticiado a alguns dias, teve sua gama de versões reduzida e já não oferecia mais as versões equipadas com o motor 1.0 ecoboost e nem mesmo o mal sucedido e polêmico câmbio automatizado de dupla embreagem Powershift. Infelizmente a decisão de descontinuar o modelo por aqui põe fim (ao menos por enquanto) na história do modelo no Brasil.

O Encerramento das operações de SBC não impactará somente em produtos descontinuados, mas também na extinção de cerca de 2800 funcionários que trabalham na planta, bem como outros tantos empregos indiretos.


Na contra mão dessa situação o governador do estado, João Dória se reuniu com executivos da montadora, na tentativa de auxiliar no processo de venda da fábrica e manutenção dos empregos locais. Durante os ultimos dias rumores apontam uma possivel negociação com o grupo CAOA, que atualmente fabrica modelos da Hyundai no Brasil e comprou as operações da Chery no país.

HISTÓRIA DO FIESTA NO BRASIL:


O Fiesta que originalmente foi lançado em 1976 na Europa, chegou por aqui em 1995 na terceira geração importado da Espanha, nos momentos finais da aliança entre a Ford e Volkswagen (Autolatina). Era equipado com o antiquado e fraco motor Endura 1.3 com apenas 60cv.


Em 1996 era lançada a primeira geração do Fiesta fabricado no país, que ficou conhecido como tristonho em razão do peculiar desenho da dianteira do modelo e seus faróis. Ele era equipado com os motores 1.0 e 1.3 8v endura de 51,5 cv e 60cv e o moderno e divertido 1.4 16v zetec de 88cv que equipava a versão topo de linha CLX. O modelo já apareceu na nossa lista de 10 carros baratos até 10 mil reais. Clique aqui e acesse nossa lista. Em 1998 o modelo ganhava o primeiro modelo derivado, a picape Courier, com uma das maiores caçambas do segmento.


Em 2000 veio a primeira reestilização do Fiesta nacional. Os faróis ficavam mais angulosos e deixavam para trás o visual desanimado. As novas linhas dianteiras repetiam o estilo New Edge de outros Fords, e talvez tenham sidos os responsáveis pelo visual que lembrava um felino, daí o apelido de Fiesta "gatinho'.


O Fiesta “gatinho” veio logo após a nacionalização dos motores Zetec, que ganharam o sobrenome RoCam, referência ao comando de válvulas com balancins roletados, e em versões 1.0 e 1.6 ambos de 8v e que mudaram para melhor o desempenho e consumo do Fiesta.


O ano de 2002 marcou a chegada da quinta geração do Fiesta, terceira por aqui e que talvez seja um dos modelos mais importantes da história recente da Ford no Brasil, já que trazia visual e plataforma derivados do modelo europeu. Ele marcou a inauguração da moderna fábrica de Camaçari (BA), que agora passa a ser a única unidade fabril da Ford no Brasil. Ele também foi a base para a primeira geração do EcoSport, primeiro SUV compacto nacional e líder do segmento por quase dez anos.

Enquanto o Fiesta nacional sobreviveu à base de reestilizações, em 2011 a Ford optou por trazer a sexta geração do México, aproveitando-se do acordo comercial entre os países.

O visual era ousado e muito mais descolado se comparado ao modelo nacional, e passava a ocupar o espaço na gama entre o Fiesta Rocam e o Focus. Combinava uma lista de equipamentos inovadora para o segmento, com luzes diurnas de led, airbag de joelho, controle de estabilidade com assistente de partida em rampa e alerta de veículo no ponto cego.


Em 2013 o modelo foi reestilizado e marcou a volta da produção do modelo na fábrica de SBC, já que a produção do modelo Rocan era feita na fábrica de Camaçari na Bahia junto com a Ecosport. O Modelo recebia o mesmo visual do modelo Europeu, e estreava novas versões e motorizações, como a 1.5 16v e o 1.6 16v Sigma TiVCT.


Ela também foi responsável por inovações e questionamentos sobre o modelo. Entre as inovações, está o moderno e tecnológico motor 1.0 Ecoobost Turbo de 125cv. Entre os questionamentos há o infeliz e polêmico câmbio automatizado de dupla embreagem Powershift, de concepção moderna, mas que não foi muito bem sucedido a tropicalização, o que acabou por causar diversos problemas a essa transmissão, que também equipou Focus e Ecosport.


E Em 2017 com a chegada do Fiat Argo e Volkswagen Polo, a Ford tentou dar um certo fôlego para o já defasado Fiesta já que na Europa uma nova geração já estava no mercado. Assim o modelo recebeu alguns retoques no visual mas não recebeu atualizações importantes como ocorreram no Ecosport.


Infelizmente com a queda de vendas do modelo, não há grandes chances da nova geração ser comercializada por aqui já que praticamente o Ka acabou por ocupar o lugar do Fiesta no mercado nacional.

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