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CARROS BOMBA! 8 CARROS QUE NINGUÉM QUER NEM DE GRAÇA!

Foto do escritor: Yan Bernardo de SouzaYan Bernardo de Souza


Provavelmente você já ouviu a expressão de que algum carro é "bomba", "jaca", "casamento entre outras expressões voltadas a mostrar que você esta fazendo um mal negócio. Geralmente são carros altamente desvalorizados pelo mercado e que ficaram marcados por algum defeito, peculiaridade ou simplesmente por não se encontrar peças de reposição. Hoje trago a vocês 10 carros considerados bombas no mercado de usados. Alguns são de fato problemáticos e outros nem tanto assim. Bora lá conhecer essas lasanhas?

FIAT TIPO


Nosso primeiro modelo dessa lista, foi um dos primeiros carros importados a chegar no país após a reabertura das importações em 1990. O Fiat Tipo chegou por aqui em 1993, assim como outros modelos da marca na época, era caracterizado por linhas retas e um design muito moderno, tanto por fora quanto por dentro. O modelo foi trazido da Itália inicialmente na versão de duas portas e motor 1.6 i.e de 82 cv, trazia itens bem raros em carros desse segmento por aqui até então, como ar condicionado, vidros e travas elétricas de série. Instantaneamente virou o queridinho da classe média. Em julho de 1994 ganhou uma versão mais potente com o mesmo motor 2.0 8v do Tempra, mas com uma injeção eletrônica melhor e 109cv. Custava cerca de 17 mil dólares na época e chegou a ser o carro mais vendido do Brasil em janeiro de 1995, com mais de 13 mil unidades vendidas, superando até mesmo o Gol. Em 1996 começou a ser produzido no Brasil e foi o primeiro carro nacional a contar com airbag para o motorista.


Tudo ia muito bem para o Tipo, as vendas cresciam, o modelo era líder do segmento, até que aconteceram dois fatos. O primeiro ainda em 1996 quando a Fiat chamou os proprietários das versões 1.6 importadas para um recall afim de verificar e substituir o "tubo convergedor de ar quente" para o motor, após mais de 100 casos de incêndio ocorridos ao longo do ano. Meses após o primeiro recall, a marca chamava novamente os proprietários para um novo reparo - desta vez no sistema de direção. O problema ocorria quando o volante era todo esterçado, geralmente em uma manobra.


Uma das mangueiras do sistema hidráulico não suportava a pressão e deixava vazar fluido sobre o tubo primário do escapamento, o que poderia causar incêndio e se alastrar rapidamente pelo compartimento do motor. E foi aí que a vida do Tipo virou um inferno (em alguns casos literalmente), ganhando fama de incendiário e carro bomba, os consumidores brasileiros ainda não estavam habituados com recalls e isso ajudou a manchar a imagem do Tipo. Saiu de linha no ano seguinte e foi substituído pelo Brava em 1998. Começou a ficar encalhado nas revendas e hoje é praticamente sucateado no mercado de usados e hoje é são raros os modelo em bom estado.. Uma versão do Tipo pouco conhecida e bem divertida é a Sedicivalvole (16 válvulas) de 137cv, mas que você verá em breve em outra lista!

FIAT TEMPRA/ TEMPRA SW


O segundo modelo da nossa lista também é um Fiat. O Tempra foi lançado por aqui em 1992, e revolucionou o segmento de sedans médios de luxo da época, cenário caracterizado por Volkswagen Santana/ Ford Versailles e Chevrolet Monza. O Tempra inicialmente foi lançado como motor 2.0 8v e 4 portas. Um dos pontos fortes era a traseira alta e curta, que ainda abrigava um espaçoso porta-malas. Internamente, o Tempra trazia equipamentos inéditos entre os carros da marca, como banco e volante com ajuste de altura, travamento central da portas e detalhes do acabamento imitando madeira.


Eram duas versões de acabamento, Prata e Ouro, ambas com o motor 2.0 8V de fluxo cruzado, duplo comando de válvulas e câmbio manual de cinco marchas. Tinha concepção moderna, mas ainda usava carburador. Entregava 99 cv e 16,4 kgfm de torque, o que não era pouco, mas devido ao peso de 1.250 kg, o desempenho não empolgava. De acordo com testes de revistas da época, o Tempra acelerava de 0 a 100 km/h em 13,5 segundos e alcançava máxima de 166 km/h. Foram lançadas ainda as versões 16v de 127cv e Turbo que utilizava o motor de 8v e tinha 165 cv.


O Grande problema do Tempra foi a manutenção. A Fiat colocou a revisões de algumas versões e trocas de óleo com intervalo de 20.000 km, além da própria especificação do lubrificante (semi sintético) e que gerou trocas de oléo erradas (mineral ao invés do semi sintético) já que na época a grande maioria dos carros nacionais usava óleo mineral e os semi sintéticos eram caros, raros e importados.


Os primeiros modelo também tiveram problemas com o sistema de arrefecimento por causa de um mal posicionamento do sensor de acionamento da ventoinha do radiador, óleo errado e arrefecimento ruim, bem você já deve ter uma ideia do que aconteceu.... E para completar a desgraça na vida do Tempra, a desvalorização do modelo era maior do que a dos concorrentes, isso fez com que muitos carros fossem vendidos a preço de banana, o que fez com que muitas unidades ficassem sucateadas. Com a perua SW, na época importada, além das falhas comuns ao sedã, o grande problema foi a falta de peças de reposição

FIAT MAREA/MAREA WEKEEND


O terceiro modelo de nossa lista foi o sucessor de Tempra sedã e SW. Estou falando dele, o carro que se transformou no maior meme da indústria automobilística nacional. O Fita Marea chegou ao mercado nacional em 1998, para substituir a cansada família Tempra, com um design mais moderno e trazia uma nova família de motores, a Fivetec. Os motores Fivetec eram motores de 5 cilindros e que foram comercializados por aqui em três versões: 2.0 20v com 142 cv, 2.0 20v turbo com 182 cv e 2.4 20v com 160cv que substituiu o 2.0 de 142 cv. Provavelmente você deve estar impressionado, já que estamos falando de um carro do fim dos anos 90. Era um carro luxuoso, moderno e que novamente virou sonho de muitos.


A prova disso é que a marca lançou versões como motores menores, como o 1.8 16v de 132 cv e 1.6 16v de 106cv. Tudo parecia muito bem, mas aconteceu mais uma manca da marca. Cometendo o mesmo erro do Tempra, a marca italiana manteve a especificação de óleo europeia recomendada a cada 20.000 km e consumo de 350 ml de óleo a cada 1000km. Na época a gasolina nacional tinha uma adição de etanol de cerca de 22%, o que exigia ajustes que não eram feitos. Muitos modelos tiveram o motor fundido por formação e acúmulo de borra. Além disso, as revisões eram dispendiosas e muita gente acabou fugindo das concessionárias. Não pense que acabou por aqui.


O modelo por ter um motor de concepção moderna para época, com coisas como injeção sequencial, comando de admissão variável e turbo, era o terror dos mecânicos despreparados. O que aconteceu nesse caso é que a grande maioria dos problemas mecânicos não ocorreram com os primeiros donos, mas "explodiram" na mão dos segundos e terceiros donos. E aí você já sabe! Ficou conhecido como bomba, etc, etc.. A manutenção do Marea também foi considerada por alguns como cara, e no caso existem alguns componente específicos e outros nem tanto assim. O mercado do Marea é basicamente dividido entre os fãs e o haters do modelo. Há tanto modelo bem cuidados como modelo extremamente sucateados no mercado.

CITROEN XSARA


Agora começamos a entra na parte mais atômica da nossa lista. Temos aqui o quarto modelo, o Citroen Xsara. O Xsara foi um dos modelos mais bacanas lançados por aqui nos anos 90/2000. Mas por que se ele era bom, qual o sentido de estar nessa lista. Calma eu te explico. A Citroën começou a importar o Xsara em 1998, nas variações cupê duas portas, hatch quatro portas e perua. As versões de acabamento eram GLX, Exclusive e VTS com os motores 1.8 8V de 95 cv (câmbio automático), 1.8 de 112 cv (manual) e 2.0 16V de 167 cv (manual), respectivamente. No ano seguinte, o esportivo VTS recebia uma opção de motor mais fraco, 1.8 16V de 110 cv, enquanto o 1.8 8V era substituído pelo 2.0 16V de 126 cv nas versões automáticas.


O Xsara assim como outros carros franceses sofreu e ainda sofre com três coisas: alta desvalorização dos carros importados, falta de peças e o preconceito com carros franceses.. Quando a marca chegou por aqui não haviam muitos concessionários e as manutenções não eram exatamente caras, mas as peças demoravam a chegar as concessionárias, o que provocou com que muitos proprietários negligenciassem as manutenções.


O preconceito dos carros franceses eta diretamente ligado ao fato da desvalorização e da manutenção "complexa" em alguns casos. Assim como os outros da lista grande parte dos Xsaras hoje estão sucateados, salvo algumas unidades da versão VTS, apreciada por muitos entusiastas. Falaremos sobre ela em outra lista.

CITROEN XANTIA


Aqui trazemos um luxuoso e odiado francês. O Citroen Xantia foi lançado com substituto do XM, trazia um visual refinado e proposta luxuosa. O modelo chegou por aqui ainda no anos 90, com a sua tradicional e tecnológica suspensão hidropneumática, regulável em altura e rigidez e que dispensava o uso de amortecedores com a utilização de bolsas hidráulicas.


O Xantia vendido no Brasil era equipado com motores 1.8 de 112 cv, 2.0 de 132, 2.0 de 157 e 3.0 v6 de 194cv. Assim como os outros franceses da lista, sofreu com o mercado de usados, desvalorização, manutenções caras e faltas de peças. Um ponto complexo do Xantia é a sua suspensão, que utiliza bolsas hidráulicas para manter a suspensão nivelada e estável.


Geralmente o custo para reparar as bolsas em caso de algum problema é proibitivo, o que faz ser comum ver unidades do modelo nas ruas tortos ou com a suspensão muito baixa. Outro problema recorrente é o mau funcionamento ou queima do módulo eletrônico que gerencia a suspensão, é algo bem caro e complicado de se achar.

PEUGEOT 306


Aqui temos um hatch bem interessante, mas que como todos os franceses importados dos anos 90 é quase impossível achar um em bom estado. O 306 foi o primeiro hatch médio da marca a ser vendido no país, tinha design assinado pelo estúdio Pininfarina e mtoores 1.6 (88 cv e 13,7 m.kgf), 1.8 (101 cv e 15,6 m.kgf) e duas versões 2.0: com duas válvulas por cilindro, 121 cv e 17,9 m.kgf e com quatro válvulas, coletor de admissão de geometria variável, 152 cv e 18,6 m.kgf. O mais potente vinha na versão S16, capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em 9,2 segundos e atingir velocidade máxima de 215 km/h, mas criticado pela falta de potência em baixas rotações.


O modelo apesar da vocação esportiva, foi uma das vitimas da alta desvalorização dos modelos franceses e importados. Algumas poucas unidades sobreviveram aos cupins de ferro que forram seus proprietários. Um Exemplar bem interessante e integro é do pessoal do canal AutoSuper, transformado em um track car.

SEAT IBIZA


O Seat Ibiza é basicamente um Volkswagen polo de terceira geração. Chegou por aqui em 1995, importado da Espanha e trazia junto uma família de modelos composta pelo sedan Córdoba, a perua Vário e a van Inca. Apesar de compartilhar a rede de concessionários e a mecânica com os Volkswagen, os Seats só foram vendidos por aqui durante cerca de 6 anos e no mercado de usados sofreram com as altas desvalorizações e falta de peças de acabamento. Muitos carros acabaram por cair nas mão de pessoas não muito cuidadosas, assim boa parte desses carros hoje é sucateada e com um péssimo mercado de revenda.


Hoje é bem raro encontrar um Seat Ibiza em bom estado, mas grande parte de sua peças, principalmente mecânicas são compartilhadas com o Volkswagen Polo Classic, assim como algumas de acabamento interno e externo.

SEAT CORDOBA/ VOLKSWAGEN POLO CLASSIC


Aqui temos um caso bem peculiar. Volkswagen Polo deu as caras por aqui por aqui no final de 1996, com substituto do Voyage. Era equipado com motor AP 1.8 8v e 99 cv, u motor consagrado no mercado nacional e que equipava Gol, Golf, Saveiro, Parati, Santana e muitos outros modelos do grupo VW. O Polo Classic, como foi chamado, teve um irmão gêmeo no mercado nacional, O Seat Córdoba, que assim como seu irmão Ibiza foi comercializado por aqui entre 1995 a 2001. Mas se o Córdoba era um Polo porque então estão nessa lista? Bem, mecanicamente ambos os carros são iguais, mas sofrem de um mesmo problema, desvalorização e falta de peças, em principal de acabamento.


Tanto Polo Classic como Seat Córdoba não foram grandes sucessos de vendas e ambos eram importados, o que fez com que quando saíram de linha por aqui ocorresse uma escassez de peças de reposição. Apesar de toda uma legião de fãs da Volkswagen, muitos ainda não possuem muito interesse por esses modelos, que são altamente desvalorizados e sucateados no mercado de usados.

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